quarta-feira, 23 de junho de 2010

Fábrica de Chá de Porto Formoso



O chá dos Açores dispensa apresentações. Bem, pelo menos no que toca à sua qualidade, indiscutível. No entanto, a informação relacionada com a sua produção é tão rica e complexa, que merece uma atenção muito especial. Para já, comecemos por chamar os nomes certos às coisas: o chá açoriano é, na verdade, micaelense.
Património único

Se lhe dissermos que a costa norte da ilha de S. Miguel é o único lugar da Europa onde existem plantações de chá para fins industriais; se acrescentarmos que, em todo o mundo, o único sítio onde se produz chá a norte de S. Miguel é a Geórgia, isto já lhe deve dar uma pequena ideia da importância do que aqui temos para lhe mostrar. E, ao que parece, a produção oriunda desse país do Cáucaso, para consumo doméstico, nem sequer tem grande qualidade.

A chegada à Fábrica de Chá de Porto Formoso faz-se pela Estrada Regional nº 24, ao longo da qual vamos podendo apreciar a riqueza da vegetação desta parte da ilha, sempre com o mar como enquadramento. Da entrada podemos apreciar o declive no qual se inscrevem as construções que albergam o museu e a fábrica, com uma vista particularmente agradável sobre as plantações de chá, em primeiro plano, e a bonita enseada de Porto Formoso, em segundo.

Convidados de honra

Rapidamente somos recebidos por um guia, que nos convida a assistir a um vídeo de introdução à visita. Qualquer pessoa que chegue aqui, dentro do horário de funcionamento, recebe a mesma atenção.

Durante a exibição, aprendemos que a transformação industrial do chá teve início nos Açores em 1878, e foi ensinada aos locais por dois chineses, convidados pela Sociedade Promotora da Agricultura Micaelense precisamente para esse efeito. Das várias fábricas que chegaram a existir, a Gorreana era, até há pouco tempo, a única resistente. Até que, em 1998, os actuais proprietários da Fábrica de Chá de Porto Formoso iniciaram a recuperação deste complexo.

Depois da passagem pela sala-museu, onde podemos ver alguns utensílios e peças de vestuário associados aos primórdios deste cultivo, entramos na fábrica propriamente dita. O aroma é, desde logo, convidativo: cheira a ervas frescas, a campo, a orvalho matinal.

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